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Identificação de criminosos baseada em bactérias e resíduos de produtos químicos encontrados na pele

Há alguns anos, os cientistas concluíram em um estudo que a diversidade de comunidades bacterianas em nossa pele é muito maior do que se reconhecia anteriormente. A verificação é tão completa que podemos usá-la com sucesso como uma ferramenta de identificação para investigações de cenas de crimes e outras aplicações.



O estudo constatou que as amostras de comunidades bacterianas da pele de indivíduos podem ser coletadas de diversas superfícies (tais como de um mouse de computador), e que a estrutura de colônias semelhantes apresenta variação entre os indivíduos. Essa abordagem pode ser usada com êxito pelo período de até duas semanas após o manuseio do objeto, mesmo que esse objeto seja mantido à temperatura ambiente.


Em um estudo recente, os cientistas conseguiram ir ainda mais longe. Eles usaram a espectrometria de massas para investigar o estilo de vida de diversas pessoas por meio do estudo da química da pele deixada em objetos por elas manipulados. Trinta e nove voluntários foram envolvidos na pesquisa.


As moléculas encontradas na pele dos voluntários revelaram vários fatos do seu dia a dia, tais como:


• Aditivos de protetor solar sugerem que essa pessoa passa uma parte grande do seu dia de casa;

• A quantidade exagerada de cafeína encontrada em outro indivíduo indica que ele é um bebedor de café ou chá compulsivo;

• A nicotina indica um fumante;

• Vestígios de remédios encontrados podem ajudar a determinar de qual condição médica essa pessoa está sofrendo;

• Houve até evidências encontradas em uma pessoa sugerindo que ela ingeria muitas frutas cítricas.


Com base na análise desses resíduos de pele, os pesquisadores foram capazes de construir esboços do estilo de vida dos indivíduos envolvidos no estudo.

Essa abordagem pode ser muito útil quando um objeto sem impressões digitais, mas com traços de DNA, é encontrado. As informações sobre os tipos de cosméticos utilizados, a dieta e o status médico do indivíduo que manipula o objeto podem ajudar a reconstruir seu estilo de vida.


Evidências obtidas de comunidades bacterianas e vestígios químicos da pele podem ajudar os investigadores a encontrar alguém envolvido em um evento, ou revelar a identidade de uma pessoa desaparecida. Mesmo se as impressões digitais forem obtidas, e a identidade da pessoa for conhecida, esse tipo de evidência ainda pode ser útil, pois também pode ajudar a determinar a localização do indivíduo com base nesses dados.

Mais algumas informações, e a visão sobre a aplicação desses métodos, podem ser encontradas na entrevista com os pesquisadores por trás desse método e dos cientistas forenses profissionais.




Fonte: Texto de Urška Kotnik, estudante de mestrado da Universidade de Liubliana na Eslovênia. Este artigo foi originalmente publicado no site da SPLICE sob licença da Internacional Creative Commons Attribution 4.0, em 7 de dezembro de 2016



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