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Antropologia Forense: o efeito dos opioides na determinação da idade da morte.

Implicações dos efeitos do uso prolongado de opiáceos nos ossos são críticas, dado que muitos dos restos de esqueletos examinados por antropólogos forenses vêm de indivíduos marginalizados com histórico de abuso de substâncias e saúde geral pobre.

Os ossos compõem um registro que muda constantemente ao longo da vida de uma pessoa. Antropólogos forenses são os encarregados de decifrar os vestígios, as pistas contidas nos ossos, e sua atuação é fundamental para a identificação de corpos de pessoas desconhecidas. Ao determinar a idade, o sexo, a altura, a ancestralidade entre outras características de um esqueleto, eles fornecem chaves importantes para a resolução de crimes.


No caso da Dra. Janna M. Andronowski, antropóloga forense e professora do Departamento de Biologia da Universidade de Akron, em Ohio, USA, o estudo da adaptação óssea, do envelhecimento e da doença, é o foco de sua pesquisa.

Com um financiamento do Instituto Nacional de Justiça de 370 mil dólares por dois anos, a Dra. Andronowski e seu laboratório podem pesquisar os efeitos de uma das epidemias mais caras e de crescimento mais rápido de que se tem notícia: a do vício em opioides. Andronowski e sua equipe usarão uma tecnologia inovadora de geração de imagens de raios-X em 3D, para a descrição de como os opioides afetam as estruturas ósseas microscópicas usadas para estimar a idade da morte na antropologia forense.


"Mortes relacionadas ao vício em opiáceos tornaram-se muito comuns nos Estados Unidos, e o uso indevido vinculado à dependência de opioides é uma grave crise de saúde pública", diz Andronowski. "Os efeitos das doenças nos ossos humanos podem afetar as estimativas do tempo da morte, e o uso prolongado de drogas, como sabemos, não é uma exceção". Por exemplo, uma vítima pode ter vinte anos na época da morte, mas o impacto do longo tempo de dependência de opiáceos, produziria traços em seus ossos que poderiam identificá-los como tendo cinquenta anos, ou mais.


A Dra. Janna Andronowski e sua equipe usarão a inovadora tecnologia de imagem de raios-X 3D para descrever como os opioides afetam as estruturas ósseas microscópicas usadas para estimar a idade da morte na antropologia forense. (Crédito: Universidade de Akron)

Implicações dos efeitos do uso prolongado de opiáceos nos ossos são críticas, dado que muitos dos restos de esqueletos examinados por antropólogos forenses vêm de indivíduos marginalizados com histórico de abuso de substâncias e saúde geral pobre, explica Andronowski, cuja experiência anterior inclui trabalhar com a Unidade de Antropologia Forense do Escritório de Medicina Legal de Nova York.

"A evidência atual sugere que os opioides perturbam o equilíbrio da remodelação óssea causando mais destruição e menos desenvolvimento ósseo", diz Andronowski. "Assim, os métodos microscópicos atuais desenvolvidos em casos saudáveis ​​podem não ser úteis na avaliação desses indivíduos, resultando em estimativas erradas da idade da morte".


Dadas as limitadas informações disponíveis acerca do impacto prolongado do abuso de opiáceos na renovação óssea, pesquisadores como Andronowski querem entender melhor os processos biológicos subjacentes para aperfeiçoar a aplicabilidade dos métodos histológicos de estimativa de idade e padrões científicos no campo da antropologia forense.

"O objetivo final desse trabalho é descobrir o verdadeiro impacto do abuso de opioides na microestrutura óssea e preparar novas diretrizes e protocolos para as análises microscópicas de rotina", diz Andronowski.

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