A investigação da cena do crime é o ponto de encontro entre a ciência, a lógica e o direito. Analisar a cena de crime é um procedimento longo e minucioso, que envolve a documentação das condições do local e a coleta de qualquer vestígio físico que possa ajudar a elucidar o que aconteceu.
Cada item coletado deve ser preservado, identificado e registrado imediatamente. Ao coletar vestígios no local de crime, o perito tem como objetivos principais: reconstruir o crime, indicar a pessoa que o praticou, preservar os fatos de uma maneira que toda a cena possa ser entendida no tribunal. Por isso que costuma-se dizer que o perito deve perpetuar o local de crime.
Os vestígios podem incluir resíduos de armas de fogo, resíduos de tinta, produtos químicos, vidro e drogas ilícitas. Para coletar o material, o perito precisa usar pinças, recipientes de
plástico com tampa, envelopes plásticos, papéis absorventes, e uma faca. Ele também pode precisar de um kit de risco biológico à mão, contendo luvas de látex descartáveis, botas, máscara, avental e um saco plástico para coleta de resíduos de risco biológico.
Se o crime envolver as roupas da vítima, ou de qualquer pessoa que possa estar envolvida com a ocorrência, o perito deve colocá-las em sacos plásticos selados e lacrados, para transporte ao laboratório.
Se forem encontradas drogas ilícitas ou pós desconhecidos no local, ele poderá coletá-los usando uma faca e selar cada amostra em um recipiente estéril separado. Todas os vestígios encontrados serão enviados para análise no departamento apropriado.
A investigação da cena do crime é um empreendimento enorme, e não conseguiríamos abordá-lo corretamente em apenas um artigo. Então, nessa primeira parte, vamos começar do começo: o reconhecimento de cena.
Examinando o local de crime
Existem vários padrões de pesquisa disponíveis para o perito aplicar, para garantir a cobertura completa e o uso mais eficiente dos recursos. São eles:
Análise em espiral interna: O perito começa a varrer o perímetro da cena convergindo em direção ao centro. Padrões espirais são mais eficientes quando há apenas um profissional na cena.
Análise em espiral externa: O perito começa varrendo a cena pelo centro dela, e caminha para fora.
Análise paralela: Indicada para quando há mais de um profissional na cena. Nesse caso, os membros da equipe formam uma linha, e caminham por ela, na mesma velocidade, de um extremo ao outro.
Análise em grade: A pesquisa na grade consiste simplesmente em duas pesquisas paralelas, deslocadas em 90 graus, executadas uma após a outra.
Análise por zona (ou região): Nesse caso, o perito responsável divide a cena do crime em setores, e cada membro da equipe analisa cada um deles. Os membros da equipe podem alternar setores e procurar novamente para garantir uma cobertura completa.
O que se busca?
Ao pesquisar a cena o perito deve procurar por detalhes e, principalmente, por sinais de anormalidades, incluindo:
As portas e janelas estão trancadas ou destrancadas? Abertas ou fechadas? Existem sinais de entrada forçada, como marcas de ferramentas ou travas quebradas?
A casa está em boas condições? Se não, parece que houve uma luta ou estava apenas bagunçada?
Há cartas ou outros tipos de correspondências? Foram abertas?
A cozinha está em boas condições? Existe algum alimento parcialmente comido? A mesa está arrumada? Se sim, para quantas pessoas?
Existem sinais de festa, como copos ou garrafas vazios ou cinzeiros cheios?
Se houver cinzeiros cheios, há marcas de batom, ou dentes, nos filtros? Que marcas de cigarro estão presentes?
Existe algo que parece fora de lugar? Um copo com marcas de batom no apartamento de um homem ou um sapato masculino no apartamento de uma mulher?
Existe algum móvel fora do ambiente apropriado, ou algum deles bloqueando uma porta?
Há lixo nas latas de lixo? Existe algo fora do comum no lixo? O lixo está revirado como se alguém estivesse procurando algo no lixo da vítima.
Os relógios mostram a hora certa?
As toalhas do banheiro estão molhadas? Faltam toalhas de banho? Existem sinais de limpeza?
Se o crime foi cometido com arma de fogo, quantos tiros foram disparados? O perito tentará localizar a arma, cada projétil, cada invólucro e cada buraco de bala.
Se o crime foi cometido com uma facada, esta faca pertencia à cozinha da vítima? Ou o criminoso a trouxe com ele?
Existem pegadas nos pisos internos, ou na área imediatamente fora do local?
Há respingos de sangue no chão, paredes ou teto?
Montando o quebra-cabeça
Como os vestígios, como o formato das gotas de sangue, rigidez do cadáver e outros detalhes ajudam na investigação:
POSIÇÃO DO CADÁVER
Os peritos examinam a posição do cadáver para saber se ela é compatível com o possível instrumento causador da morte e/ou com seus ferimentos. O propósito é indicar se o corpo realmente sofreu o impacto previsto ou se pode ter sido movido pelo criminoso.
RIGIDEZ CADAVÉRICA
Até três dias após o assassinato, os peritos conseguem determinar o horário exato do crime. As manchas verde-azuladas, que marcam o início da decomposição, começam a surgir após as primeiras 24 horas após a morte. Depois de 72 horas, surgem os insetos e vermes decompositores. Examinando seu ciclo de reprodução, é possível estimar a hora em que o crime ocorreu.
RESÍDUOS CORPORAIS
Além das digitais, as mãos também podem oferecer outro indicador importante: as unhas. Pode haver restos de pele do agressor sob as unhas da vítima, ou vice-versa. Esses vestígios são colhidos pelos peritos, para serem examinados posteriormente em laboratório.
SANGUE
O sangue da vítima, além de definir seu código genético, pode indicar se ela fez uso de álcool ou drogas.
ANÁLISE DAS MANCHAS DE SANGUE
O tamanho e o formato das gotas de sangue indicam como ocorreu a agressão. Gotas arredondadas mostram que o sangue caiu de uma altura pequena, enquanto gotas de formato irregular apontam que o sangue espirrou de uma altura maior. Caso as manchas tenham sido eliminadas com água e sabão, elas ainda podem ser rastreadas com o uso do Luminol*, um composto químico que reage com o ferro presente no sangue. Os peritos espalham o produto pelo chão e jogam luz ultravioleta, fazendo brilhar os locais onde havia sangue.
Continuaremos a falar sobre esse tema na próxima matéria do blog. Aguarde!
Fontes:
How Crime Scene Investigation Works - JULIA LAYTON
Crime scene investigators. What does their work really look like? - Jason Hunt
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