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PCC ameaça?


Eu passei pelos ataques do PCC, em 2006. Havia ingressado recentemente na polícia e, embora soubesse das dificuldades inerentes à atividade policial, aquilo me surpreendeu. Foram mais 250 ataques nos primeiros dias. Eles usavam granadas, bombas de fabricação caseira e metralhadoras. Os principais alvos eram centros de detenção, cadeias públicas, unidades policiais, bancos e ônibus, mas visavam principalmente atingir policiais militares.

Policiais Militares eram os principais alvos do ataque.

Lembro que o Governador era Cláudio Lembo, que havia assumido recentemente em razão da candidatura de Geraldo Alkimin à Presidência da República. E Cláudio Lembo falhou (isso falo com absoluta convicção). Em especial por omissão, ao não agir com a urgência que a situação demandava. Isso resultou em graves problemas de comunicação entre as polícias e, claro, fez com que o problema ficasse ainda maior.


Mas à imprensa, pelo menos uma parte dela, colaborou para caos. Com notícias exageradas e sensacionalistas, só fez intensificar o estado de “terror” nas ruas.


Lembro que no auge da crise, numa sexta-feira se não me engano, em razão do clima de tensão que assolava a cidade, a própria Academia de Polícia liberou os alunos, futuros policiais, mais cedo. Ora, “se a própria polícia toma esse tipo de ‘precaução’, melhor eu ir pra casa também“, disse um comerciante nas imediações. De fato, desse ponto de vista, não posso tirar a razão dele. Estava difícil


Depois de cinco dias dramáticos, em 16 de maio de 2006, a Folha de SP publicou uma matéria afirmando que o governo estadual havia feito um "acordo" com o PCC visando pôr fim àquela situação. A suspeita da Folha baseava-se no fato de que a cúpula do governo paulista articulou um encontro entre a advogada e ex-delegada da Polícia Civil, Iracema Vasciaveo, e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da organização criminosa. O governo providenciou um jato para transportar Vasciaveo, que compareceu ao encontro acompanhada pelo comandante da PM da região de Presidente Prudente, Ailton Araújo Brandão, pelo corregedor da Secretaria de Administração Penitenciária, Antônio Ruiz Lopes, e pelo delegado da Polícia Civil, José Luiz Cavalcante. A partir daquele dia, as rebeliões nos presídios paulistas encerraram-se e a situação voltou à normalidade. O governo de SP negou veementemente que tivesse havido um acordo. O comandante da PM, Elizeu Eclair, afirmou tratar-se de uma "mera conversa". Já Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, utilizou o termo "trégua".


Resultados dos ataques.

E aquela situação pode se repetir agora? O PCC é uma ameaça?


Bem, eu, pessoalmente acredito que não. As falhas do passado, certamente, não serão cometidas agora e ainda mais, tendo em vista que a ação do governo foi planejada, é de se imaginar que existem planos de segurança muito bem estruturados e prontos para serem postos em prática, em caso de necessidade.

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